segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ciranda de Pedra


Nenhuma adaptação televisiva conseguiu captar a verdadeira alma do romance. Talvez em razão de ser a telenovela o formato errado para transpor um romance de Lygia Fagundes Telles.
A telenovela é filha derradeira dos folhetins do século XIX. Antes dela as radionovelas e as fotonovelas desempenhavam o seu papel em entreter nossas moças virgens, tal como suas atarefadas mães e avós.
Ciranda de Pedra é um romance de 1954, dividido em duas partes, que narra a vida de Virgínia, filha de Laura e do advogado Natércio, que após a separação dos pais é a única das três filhas que vai morar com a mãe, e seu padrasto Daniel, com quem tem uma relação conflituosa.
A infância de Virgínia é marcada pela tentativa de penetrar no mundo da mãe, mergulhada na demência, e sua ânsia por fazer parte do mundo das irmãs e seus dois amigos, Conrado e Letícia, mas não logra êxito em ambos objetivos.
Com a morte de sua mãe e o suicídio do padrasto, Virgínia se muda para a casa de Natércio, mas ao descobrir que era na verdade filha de Daniel, decide ir para um colégio interno.
A segunda parte versa sobre a volta de Virgínia do colégio interno e sua convivência com as irmãs, a fervorosa e fanática Bruna, e a despreocupada Otávia, que junto com Conrado e Letícia formam uma ciranda análoga à das estátuas dos anões do jardim.
Virgínia penetra na podridão e nos segredos dessa ciranda.
E decide sair.
Livro fantástico.

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